O CONQUISTADOR
Entro no ônibus.
Passo a roleta.
Com cuidado ando por entre os bancos.
São inimigos escondidos nas moitas,
prontos a me atacar.
Que alívio! O banco solitário da frente
está vazio.
Para lá me dirijo com ufanismos de conquistador
e cá me sento
com a consciência do dever cumprido
do brasileiro em Monte Castelo.
Daqui, deste meu Gibraltar inexpugnável,
contemplo triunfante os seres que passam
e a instigante e teimosa janela que fica.
Respiro aliviado.
Ninguém poderá ter a ousadia de sentar-se junto a mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário