sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O CONQUISTADOR


 Entro no ônibus.

Passo a roleta.

Com cuidado ando por entre os bancos.

São inimigos escondidos nas moitas,

prontos a me atacar.


Que alívio! O banco solitário da frente

está vazio.

Para lá me dirijo com ufanismos de conquistador

e cá me sento

com a consciência do dever cumprido

do brasileiro em Monte Castelo.

Daqui, deste meu Gibraltar inexpugnável,

contemplo triunfante os seres que passam

e a instigante e teimosa janela que fica.


Respiro aliviado.


Ninguém poderá ter a ousadia de sentar-se junto a mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário